sexta-feira, 2 de julho de 2010

Vítimas de enchentes vendem materiais encontrados em escombros

Moradores prejudicados pelas enxurradas no Nordeste do Brasil buscam formas de ganhar dinheiro mesmo tendo perdido o emprego e as plantações. Muitos vendem materiais encontrados nos escombros.

Agricultores perderam as plantações com a enchente em Vitória de Santo Antão, em Pernambuco. O município é um dos maiores produtores do Nordeste e abastece quatro estados.

Em Maraial (PE), a Defesa Civil retirou 700 pessoas que moravam nas encostas dos morros. Um homem morreu em um deslizamento de terra.

Em Alagoas, as ruínas de União dos Palmares se transformaram em um imenso garimpo. As vítimas das enchentes esperam as máquinas para revirar os escombros e encontrar algum objeto de valor. Entre os materiais procurados estão metais, telhas e sucata de móveis.

AL e PE têm ações para prevenir doenças causadas por enchentes Governo fará mutirão para recuperar registros de vítimas de enchentes Contas em atraso poderão ser pagas sem multa em PE e AL Alguns moradores coletam e vendem o metal que conseguem encontrar.

Com a destruição das casas, os carteiros encontram dificuldades para entregar correspondências em ruas que não existem mais. Uma agência dos Correios em União dos Palmares recebe correspondências de outros dois municípios afetados. No local, aposentados aguardam desde a madrugada para pegar o dinheiro da aposentadoria.

Tainá

Em clima de despedida, Lula faz 'tour' de dez dias pela África

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca nesta sexta-feira para uma viagem de dez dias pelo continente africano, praticamente seu último grande giro no exterior antes de deixar o Palácio do Planalto.

O périplo começa por Cabo Verde, onde o presidente chega neste sábado. O roteiro inclui ainda Guiné Equatorial, Quênia, Tanzânia, Zâmbia e, por fim, África do Sul, onde Lula assistirá à final da Copa do Mundo.

Com uma agenda que prevê acordos de pouca expressão, a viagem tem, na verdade, um forte peso simbólico: permitir que o presidente Lula se "despeça" do continente africano, um dos principais alvos de sua política externa.

Essa será a 11ª vez que Lula vai à Africa e, segundo o Itamaraty, o presidente já fez mais viagens ao continente do que todos os seus antecessores juntos.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, esteve em três países africanos em viagens oficiais. Já Fernando Collor foi a quatro países da África durante seu mandato.

Até o final do giro que começa nesta sexta-feira, Lula terá visitado um total de 24 diferentes países africanos desde que assumiu o governo, em 2003.

Parceiro

Especialista na relação Brasil-África, o professor Cláudio Ribeiro, da PUC-SP, diz que os países africanos olham hoje para o Brasil com um misto de "admiração" e "identificação".

"Eles não nos veem como imperialistas, mas sim com uma lógica de que podemos ser parceiros complementares", diz.

Segundo ele, as visitas do presidente Lula permitiram criar a imagem de que o Brasil é "confiável" e tem "legitimidade" para exercer ter um papel de liderança entre os países africanos.

O Brasil, no entanto, não obteve o apoio de países como Uganda, Gabão e Nigéria, na votação que resultou em sanções comerciais ao Irã, durante sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), no mês passado.

Segundo ele, as visitas do presidente Lula permitiram criar a imagem de que o Brasil é "confiável" e tem "legitimidade" para exercer ter um papel de liderança entre os países africanos.

O Brasil, no entanto, não obteve o apoio de países como Uganda, Gabão e Nigéria, na votação que resultou em sanções comerciais ao Irã, durante sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), no mês passado.

Segundo um representante do Itamaraty, o Brasil não tinha a "pretensão" de influenciar os votos dos africanos. "Sabemos a pressão que esses países devem ter sofrido dos países mais ricos. Faz parte do jogo político", diz a fonte.

O deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) diz que a "fixação" do Brasil por um assento no Conselho de Segurança faz o país ter uma relação "desproporcional" com alguns países, entre eles africanos.

Ainda na avaliação do deputado, o presidente Lula acaba usando essas visitas à África para "se promover" no cenário internacional.

"Por trás disso está sempre a ideia de apresentar o presidente como uma liderança mundial, deixando para trás os interesses do país", diz.

Jessika Sugahara (nº12)

Empate entre Serra e Dilma permanece, aponta Datafolha.


Depois das convenções que oficializaram suas candidaturas à Presidência e às vésperas do início oficial da campanha eleitoral, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) estão tecnicamente empatados, segundo pesquisa Datafolha realizada ontem e anteontem em todo o país.

O tucano tem agora 39%, contra 38% de Dilma. Marina Silva (PV) aparece com 10%.

Entre os 2.658 entrevistados, 5% responderam que pretendem votar em branco ou nulo. Outros 9% disseram não saber. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

O quadro mostra pouca variação em relação a 20 e 21 de maio, quando Serra e Dilma tinham 37% e Marina, 12%.

Em junho, Serra concentrou aparições em programas de TV de 10 minutos do PSDB, do PTB e do PPS, partidos que o apoiam. Também teve alta exposição em propagandas curtas de rádio e TV dessas legendas.

Em maio, o levantamento foi produzido após Dilma Rousseff também estrelar propagandas do PT.

Em maio, 29% diziam ter visto algum comercial do tucano nos 30 dias anteriores. Agora, 50% responderam "sim" à mesma pergunta.

Já em relação a Dilma, em maio 37% diziam ter lembrança de comerciais da petista nos 30 dias anteriores à pesquisa. Agora, o percentual é próximo: 34%.

O PT usou vários horários regionais de sua propaganda partidária para manter Dilma em evidência em junho.

ESPONTÂNEA

Um resultado da maior exposição de Serra em junho fica evidente no levantamento espontâneo, quando os entrevistados dizem em quem pretendem votar sem ver uma lista de nomes.

Há um mês, o tucano tinha 14% na pesquisa espontânea. Subiu agora para 19%. Dilma estava com 19% e foi a 22%. Marina manteve 3%.

Nesse quesito, Dilma tem ainda potencialmente a seu favor os 5% que não sabem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se reeleger e declaram voto nele.

Há também 4% inclinados a votar em quem Lula indicar e 1% no "candidato do PT".

Serra manteve a maior rejeição, com 24% dizendo que não votariam nele de jeito nenhum, mas a taxa teve leve queda: era de 27% em maio. Dilma se manteve com 20% de rejeição. Marina tem 14%, mesmo índice anterior.

No cenário em que são incluídos os candidatos "nanicos", o empate se mantém: Serra tem 39% e Dilma, 37%. Marina vai a 9%.

Apesar do empate, Dilma lidera quando o eleitor é questionado sobre a expectativa de vitória. Para 43%, Dilma será eleita, contra 33% dos que apostam em Serra.

Houve também estabilidade do cenário de eventual segundo turno. Serra aparece com 47% e Dilma com 45%. Em maio, o tucano registrou 45% contra 46% da petista.

Dilma continua tendo suas melhores taxas no Nordeste, onde subiu de 44% para 47%, e Norte/Centro-Oeste, onde foi de 40% para 42%.

Já Serra está melhor no Sul, onde sua intenção de voto subiu de 38% para 50%, e no Sudeste, onde tem 43%, contra 40% de maio.

* Jéssica Narimatsu (nº 11)